quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Mundo dos mundos

A força que nos faz sentir vivos está no poder da mente
É essa vontade interior quem decide
O que somos e o que fazemos
Protege-nos do cerco que os outros nos fazem
Prisão essa que não nos deixa viver
Sermos felizes como somos da maneira como somos
Porquê pergunto eu às vezes por que acontece
Surge porque se cobiça, se inveja
É o mal que cada dia tem
Venenos desta maldita sociedade doente
Em que não há médico que a cure
Pois é como um cancro sem cura
Nem com toda a bondade do mundo inteiro
Essa bondade hipócrita para as ocasiões
Que parece tudo remediar nos salva
Mas os remendos não emendam
Apenas remedeiam por uns tempos
Até que a costura se rompa novamente
E aí vem novamente a comissão da esperança e boa-vontade
Se me deres algo ainda melhor
E lá vamos nós no trilho da falsidade
Vamos pedir ao mundo que nos deixe viver por um dia
Vamos lhe perguntar se podemos de facto sair de casa
E apreciar o que gostamos
Vamos sim lhe fazer o favor de sorrir e dizer obrigado
Numa língua de que ele goste
Vamos sim dizer amem e ao pai por este lindo dia de harmonia.
Vamos á janela e atirar-lhe flores e que não caiam no chão
Vamos idolatrá-lo para todo o sempre
Pois ser verdadeiro já não existe, é impossível
É história, faz parte do passado
·         Os velhinhos é que são verdadeiros!
·         Oh! Mas há vezes é que nos enganamos, e bem!
E a ver, vemo-los melhor do que nós
Nós, jovens e senhores do mundo dos mundos
Que pensamos saber tudo...

Do já velho Professor Fusível Social

Ser Alguém Em Terra de Ninguém

Ser alguém em terra de ninguém
- Sim vai por ali. É por ali de certeza.
- Sim, é por ali. Não! Agora por aqui.
- Tás a ver aquilo. É por lá.
- Mas por lá?!
- Sim, novamente, é por ali ou antes vai por acolá...
- Vais encontrar uma surpresa!
- Oh! Tens razão, é de facto uma maravilha!
- Não disse!
- Disseste. Não ouvi
- Mostra-te, mostra-te
- Quem és?
- Faz como aquele
- Quem?
- Aquele ali.
- Ah! Tá bem.
Viver a tua vida nesta terra
Será que és livre?!
Ora vê bem se és!
Estar constantemente a interrogares
Se estás ou não a viver
A ser quem tu poderias ser
Mas parece que não te deixam
Sequer sentir quem tu és
E tu paras ou andas
No caminho de uma vida
Independentemente ser a tua ou não
E ficas confuso
Como num cruzamento de estradas
Em que não sabes a direcção que tomar
De certeza que ficas
Mas é isto a vida
Saberes ou não quem tu és
Aqui, ali, acolá...
·         Tás a ver isto?
·         Sim, temos que ver!...
Temos que ser alguém
Mesmo adoptando papeis na vida...
Bons ou maus
Temos que ser alguém em terra de ninguém....

Pelo Professor Fusível Social

Sociedade

Quem somos nós nesta sociedade
que seremos sempre rotulados
mesmo pensando estar a fazer algo
de extraordinário
e chegar depois à conclusão
que afinal somos apenas mais uns
iguais a outros tanto.
quem somos nós agora que já não somos
que estamos já presos
nas malhas da sociedade
tornando-se difícil dela escapar
porque ela nos está sempre a abraçar
nos suga como se fossemos alimento
da sua insaciável fome
palavra bonita que se arranjou
para não lhe chamar de canibal
pois ela alimenta-se de si própria
porque tudo é cultura
porque tudo é sociedade
porque isto tudo é um ciclo
às vezes vicioso.

Pelo Professor Fusível Social

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

As viaturas e o esquecimento

As viaturas e o esquecimento
Nas suas Ilusões que criam
Nas viagens que nos proporcionam
Umas longas outras mais pequenas
Mas que nos fazem perder-nos assim
Desmemorizamos por vezes, umas sem dar conta
Nas condições condicionadas de certos sons
Ou famílias de sons que nos põem e nos fazem fazer
O que alguns sabem o que se vai executar
Um pedido do freguês 41 que passa com a sua nova viatura
O som do tractor 417
A motorizada número 11
O camião do lixo
A camioneta que vai para longe
A bicicleta que passa em sprint
E por ai adiante...o trânsito
As viaturas e o esquecimento de nós!

Escutando aos ouvidos do Professor Fusível Social

As Chefes Sem Tribo

Inseridas num colectivo que não é uma coisa só mas um conjunto de grupos vêem-se a tentar comandá-los.
Um colectivo que por si só não admite chefes, pois demitiram-se dos seus clãs originais por essa razão.
Aqui entram as chefes querendo-os dominar de certa forma. Impossível! Tão simples quanto isso. Fugiram a isso, estes indivíduos, e tão cedo não caem noutra. Elas podem sim chefiá-los superficialmente mas nunca nos seus “interiores”.
Ressalta aqui uma questão: Porquê esta “sede” de liderar, de paternalizar tudo quanto seja alma? Porquê fazer da vida “um grande sermão a dar”? Subjugação psicológica para desproteger seus subditos? Para os ter sempre na mão!? Ou serão resquícios dum passado oprimido, familiar, local, social, etc?
As Chefes Sem Tribo estão por si só falidas de subtracto, pois nem com o passar dos anos, mesmo com as suas semelhantes, seja proveitoso qualquer tipo de sociedade. Acabam sempre por ficarem sós no trono duma chefia que não chefiam. Passa tudo para o campo da representação. “Teatrinhos sociais”!
Ficamos, ora, com a impressão de que este tipo de tribo parece ter os dias contados, dada a sua demissão social rejeitada por tudo e todos.
Sim! O fim próximo das Chefe Sem Tribo.

Tribalismos do Professor Fusível Social