sábado, 5 de novembro de 2011

As Tascas de Portugal e a Carroça

Normalmente
Tirando alguns dias
Sem contar com os fim-de-semana
Que é quando se bebe mais
Os dias do costume
Depois de virem da rua
Entram pela tasca adentro
Um bocado com os azeites
A azia do costume
Do pai nosso dos nossos dias
Começam-se a mandar foder
Uns aos outros
E dá-se ínicio
Ao primeiro copo de vinho
Branco ou tinto
Tanto faz
Que venha cheio
A conversa continua ainda
Um bocada azeda
Zupa!
O segundo copo de vinho
A azia vai dissipando
Levando ainda algum tempo a sarar
Agora mais bitaites
Já não muitas bôcas
Catrapumba!
O terceiro copo de vinho
O paleio começa a compor-se
Alguns abraços
E nada de beijos
Pelo caminho
O quarto copo de vinho
Aqui já se tratam bem
Comprimentam-se mutuamente
E os abraços já não acabam
Quando acabam por ficar
Com uma valente carroça
Com uma bebedeira
De caixão à cova
Bem
Aqui é vê-los a rossarem-se
Uns aos outros
Carícias para aqui
Carícias para ali
Beijinhos para aqui
Beijinhos para ali
Puta que pariu
O que o vinho faz!...

Relatos da Nossa Terra Portugal

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